audreyubertino

Mar 74 min

Correr em Tóquio: a capital do Oriente

Aninhada na sua baía homónima, Tóquio é uma megalópole em expansão no centro da área urbana mais populosa do mundo. Vista do ar, parece estender-se até ao centro de Honshu, a ilha principal. No entanto, à medida que se percorre este imenso labirinto de betão, descobrem-se bairros comerciais lineares e ruelas sinuosas. Encontrará templos xintoístas e cafés de empregada, parques sumptuosos e arranha-céus...

O Monte Fuji pode ser visto da Torre de Tóquio

"Tóquio funciona a duas velocidades. De um lado, as imensas artérias, as pontes de betão, as marés humanas. Do outro, bairros minúsculos, ruelas escuras ladeadas por fachadas cegas e faixas flutuantes."

Esta citação do filme Kaïken, de Jean-Christophe Grangé, resume a atmosfera da capital japonesa. Por um lado, existem vários bairros comerciais com passeios largos que permitem correr quilómetros fora do horário de expediente.

Por outro lado, no coração da moderna Shinjuku, rodeado de arranha-céus, encontra-se o Golden Gai. Um pequeno bairro ladeado por um templo, é constituído por pequenos edifícios de dois andares, muitas vezes degradados e colados uns aos outros. Esta meca da vida nocturna de Tóquio, repleta de pequenos bares, é um dos poucos vestígios da arquitetura da cidade antes da Segunda Guerra Mundial, quando o traçado da cidade foi completamente redesenhado.

Asakusa, entre a tradição e o turismo de massas

No nordeste de Tóquio fica o distrito de Asakusa, famoso pelo seu templo budista, Sensō-ji. Dedicado aos deuses do vento e do trovão, Fujin e Raijin, é frequente ver aqui japoneses em trajes tradicionais. Repleto de bancas de artesanato que vendem quimonos, utensílios de cozinha e comida de cera falsa, o bairro é muito popular entre os turistas, apesar da sua localização fora de mão.

Um dos locais de visita obrigatória em Tóquio: Sensô-ji, no final do beco Nakamise

Asakusa é também o lar de cerca de vinte gueixas, com as quais se poderá cruzar durante a sua corrida. Se correr durante alguns minutos, em breve chegará à torre Skytree. Com 634 metros de altura, esta torre de radiodifusão pode ser visitada e oferece aos viajantes duas plataformas de observação. No entanto, esta viagem vertical não é gratuita, e do outro lado da cidade, em Shinjuku, encontrará um panorama equivalente (e gratuito!) no topo do Tokyo Metropolitan Building.

Akihabara, a cidade eléctrica

Todos os otakus - a versão japonesa de um geek - têm de visitar Akihabara, apelidada de "a cidade eléctrica". No centro, perto da estação, há um enorme centro comercial repleto de grandes nomes da eletrónica japonesa. No entanto, o seu sucesso reside no facto de centenas de pequenas lojas ultra-especializadas o rodearem.

Akihabara e as suas centenas de luzes de néon

Ao caminhar pelas ruas, preste atenção aos sinais verticais: eles indicam-lhe em que piso se encontra um determinado produto.

O ambiente é igualmente elétrico.

Os salões de jogos tocam J-Pop, as luzes de néon cintilam e as empregadas dos cafés assediam os muitos transeuntes. Correr por estas ruas é uma experiência verdadeiramente única.

O Meiji Jingu, entre Shibuya e Shinjuku

Entre Shibuya, o bairro comercial onde as jovens japonesas se aglomeram, e Shinjuku, o bairro comercial coberto de arranha-céus icónicos, fica o Parque Yoyogi. Uma verdadeira floresta urbana, que esconde um vasto santuário, o Meiji-jingu.

Um dos monumentais torii que rodeiam o Meiji-Jingu

Comparado com o templo vermelho e dourado de Asakusa, o Meiji-jingu é uma ode à sobriedade japonesa. Os seus portais (torii) são desprovidos de decoração, com exceção de três cabochões de ouro na sua viga principal. O resto do templo, feito de madeira escura, contrasta com os telhados verdes e as árvores circundantes.

Shibuya Crossing

Num passeio a oeste da cidade, pode deixar a azáfama de Shibuya Crossing e dirigir-se ao Parque Yoyogi, onde se sentirá como se tivesse entrado num filme do Studio Ghibli.

A partir daqui, depois de efetuar as abluções rituais na antiga piscina à entrada do templo, por exemplo, volte às ruas movimentadas de Shinjuku, antes de chegar ao parque com o mesmo nome, famoso pelas suas estufas tropicais.

Pandas, palácios e jardins de Ueno

Quando ouvem o nome Ueno, muitos tóquio-novos pensam em "pandas". De facto, mesmo que se decida evitar a fila interminável à porta do seu recinto, não se pode escapar à omnipresença destes ursídeos de duas cores. Todas as lojas num raio de um quilómetro do jardim zoológico, desde uma padaria a uma loja de roupa, têm produtos com a sua imagem! O Jardim Zoológico de Ueno também alberga uma série de espécies mais locais, como o urso pardo de Hokkaido. Se decidir correr à volta do próprio jardim zoológico, há janelas quase invisíveis para os recintos, e poderá encontrar-se cara a cara com este urso gigantesco (que pesa várias centenas de quilos!) ao virar de um beco.

Xin Xin, um dos pandas do Jardim Zoológico de Ueno

Se descer a rua que leva ao santuário Tōshō-gū, encontrará um memorial de pedra com uma chama acesa permanentemente em memória dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki.

O Palácio Imperial está mesmo ao virar da esquina. Rodeado por um fosso, encontrará muitos corredores na sua corrida matinal.

Os aparelhos de ginástica de rua, muito comuns nos espaços verdes de Tóquio, também serão provavelmente ocupados por atletas de todas as idades.

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